Conheça os vencedores do Prêmio IABSP 2018

A Premiação IABsp, um dos mais aguardados e competitivos prêmios da arquitetura brasileira,  revelou ontem, 7 de dezembro, os vencedores de 2018 em 14 categorias. Ao longo dos anos, desde sua primeira edição em 1968, a premiação do IABsp se afirmou como uma importante plataforma de crítica, reconhecimento e divulgação da produção da arquitetura e do urbanismo nacional, promovendo a troca de ideias e de novas soluções entre os arquitetos brasileiros.

Além das premiações por categoria, foi concedido o prêmio Rino Levi, relativo ao conjunto da obra de um arquiteto. Neste ano, quem recebeu a homenagem foi Rosa Kliass, pelo conjunto de sua obra de paisagismo.

Conheça abaixo os vencedores nas categorias:

Edificação Residencial Unifamiliar – Construída

Casa Havaí
São Paulo, SP, 2017
Autores: Chico Barros + Garoa/
Equipe Garoa: Alexandre Gervásio, Érico Botteselli, Lucas Thomé, Pedro de Bona 

© Pedro Napolitano Prata. ImageVencedor da categoria Edificação Residencial Unifamiliar – Construída: Casa Havaí / Chico Barros + Grupo Garoa

A Casa Havaí é uma residência introspectiva. No longo terreno de 5 m x 35 m, entre as altas empenas laterais dos vizinhos, todos os cômodos se voltam para os dois pátios internos descobertos, menos o quarto da frente. A cobertura opaca de duas águas não encosta nas paredes laterais - deixa uma faixa coberta com vidro por onde entra a luz que mostra a passagem do tempo e as mudanças de clima. Os pátios intercalam, no pavimento superior, os três blocos de alvenaria estrutural conectados por uma passarela destacada das paredes lindeiras, de forma que a luz natural entre no pavimento inferior.

Edificação Residencial Unifamiliar - Projeto

Casa Cunha
Cunha, SP, 2017
Arquitetura: Luís Tavares e Marinho Velloso 

via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Edificação Residencial Unifamiliar - Projeto: Casa Cunha / Luís Tavares e Marinho Velloso

A casa está localizada no sertão de Cunha, região serrana do estado de São Paulo, tradicionalmente conhecida pela fabricação de cerâmica. Buscou-se a implantação do projeto no alto do morro para se obter as melhores vistas das paisagens. A taipa, tecnologia antiga e aqui usada com um toque contemporâneo, foi utilizada como recurso construtivo para a execução das principais paredes da residência. Um sistema autêntico de fôrmas foi proposto para evitar perfurações com cabodás e para desenvolver um canteiro de obras mais eficiente. Essa técnica construtiva ampliou o entendimento sobre a paisagem do local. Inércia térmica, dureza, cor, brilho e tatilidade são fatores inerentes às características físicas do solo onde a residência está construída. O restante das paredes é feito com tijolos cor de palha e terra queimada. A casa possui os quartos e a sala voltados para o norte e nordeste respectivamente, na busca de aquecer esses ambientes no inverno rigoroso da região. Linhas retas marcam a topografia suave, contrapondo a chegada da presença humana no ambiente selvagem e isolado de Cunha.

 Residencial Multifamiliar e Uso-misto - Executado

Caledonian Somosaguas
Madri, Espanha, 2017
Autores: Studio mk27 - Márcio Kogan, autor; Suzana Glogowski, co-autor
Diana Radomysler (interiores); Caledonian e Henrique Lopez Granado (Arquitetura local/engenheiros); Carlos Costa, Elisa Friedman, Giovanni Meirelles, Laura Guedes, Mariana Simas, Tamara Lichtenstein (equipe de projeto); Isabel Duprat (paisagismo), Caledonian (construtora)

© Fernando Guerra. ImageVencedor da categoria Residencial Multifamiliar e Uso-misto - Executado: Caledonian Somosaguas / Studio MK27

O projeto veio da encomenda de um condomínio de casas na periferia de Madrid, Somosaguas. Ao todo são 21 casas, organizadas em cinco platôs que vencem o desnível topográfico de 3,5m. O projeto deveria adaptar os detalhes arquitetônicos “feitos sob medida” para uma maior escala e utilizar produtos industrializados disponíveis no mercado europeu. Foram desenhados quatro tamanhos de casa seguindo o módulo construtivo de 1,25m. Deles derivam 21 diferentes configurações. Cada casa é única. A relação entre o tamanho do lote (0,75 ha) e a população estimada de 97 pessoas resulta em uma densidade demográfica de 130 hab/ha. A implantação de forma não linear das casas assemelha-se a um “pueblo” com diferentes caminhos no interior do terreno. A ideia de propriedade do lote é diluída. As casas estão edificadas sobre um jardim de fruição comum com um pátio privativo para cada unidade. Há uma transição delicada entre o público e o privado. No centro da quadra está a praça principal, um ponto de encontro ao redor da piscina. A relação entre a quadra e a cidade acontece de uma maneira permeável. Não há um muro externo, as próprias casas desenham um limite não linear entre a rua e a quadra, criam respiros e jardins mais generosos para os passeios públicos.

Edificação Institucional - Executado

Instituto Moreira Sales
São Paulo, SP, 2017
Autores: Andrade Morettin Arquitetos Associados
(Vinicius Andrade, Marcelo Morettin, Renata Andrulis, Marcelo Maia Rosa)
Equipe: Adriane De Luca e Raphael Souza (coordenadores); Carlos Eduardo Miller, Felipe Fuchs, Fernanda Carlovich, Fernanda Mangini, Gabriel Sepe, Jaqueline Lessa, Melissa Kawahara (arquitetos)

© Pedro Vannucchi. ImageVencedor da categoria Edificação Institucional - Executado: Instituto Moreira Salles / Andrade Morettin Arquitetos Associados

No projeto para a nova sede do Instituto Moreira Salles em São Paulo, os arquitetos buscaram criar um museu acessível, em relação direta com a cidade, representativo dos valores e do espírito da instituição. Concebido como um grande hall urbano, o nível da avenida Paulista se converte em extensão da calçada, conduzindo o visitante através das escadas rolantes e de elevadores até o coração do edifício. Ao transferir o térreo do museu da base para o centro do edifício, quinze metros acima do nível do solo, a restrição imposta pelos limites do lote foi eliminada e conquistou-se a vista da cidade. Ao mesmo tempo, se criou uma nova possibilidade de articulação dos espaços internos do museu. O uso do vidro translúcido como segunda pele faz o museu ser percebido como um volume bem definido para estabelecer-se em meio aos demais edifícios da avenida. Suas propriedades de luz e de translucidez permitem que o interior do museu se manifeste no espaço urbano, além de criar um espaço interno acolhedor.

Institucional - Projeto

Escola da Pedra Furada
Povoado de Pedra Furada, Santa Luzia do Intanhy, Sergipe, 2018
Autores: Rodrigo Carvalho Lacerda, Guile Canhisares Amadeu e Sofia Croso Mazzuco 

Esse projeto tem como objetivo desenvolver soluções integradas entre tecnologia e processos humanos, trazendo melhorias nas áreas de educação, saúde pública e economia criativa, no povoado de Pedra Furada e cercanias, no estado de Sergipe. Ao contrário dos processos clássicos de concepção de arquitetura, o processo de desenvolvimento da escola agrega os membros da comunidade, os tornando co-autores do projeto. Assim os “arquitetos” de formação desempenham um papel horizontal e podem, com o seu conhecimento das técnicas especializadas, traduzir as demandas do povoado. A construção da escolar se valerá, prioritariamente, do uso de materiais de natureza orgânica como forma de se adaptar à paisagem circundante. O projeto utiliza como sistema construtivo estrutura de concreto moldado in loco – fundações, pilares e vigamentos – e estrutura secundária em madeira laminada colada. Para a vedação das paredes serão utilizadas técnicas de construção com terra, como taipa de mão e tijolos. No piso será utilizado ladrilho hidráulico, muito comum nos casarões e igrejas da região. Parte da edificação será construída pela própria população local, deixando um legado de conhecimento e impulsionando a estruturação de um núcleo tecnológico voltado para a capacitação da comunidade do município, assim dinamizando a economia local de forma criativa

Comercial e Industrial - Executado

Sede para Fábrica de Blocos
Avaré, SP, 2016
área útil - 75 m²
área de parede - 75 m²
Autores: Vão Arquitetura (Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero) + André Nunes 

© Rafaela Netto. ImageVencedor da categoria Comercial e Industrial - Executado: Sede para fábrica de blocos / Vão Arquitetura + André Nunes

Três fatores foram determinantes para a execução de um projeto não convencional para a sede desta fábrica de blocos: o baixo orçamento, o fato do terreno ser alugado e a urgência de abertura do espaço. Como idéia inicial os sócios cogitaram a compra de um container, mas pareceu incoerente que a sede da fábrica não empregasse o material por ela produzido. A ausência de argamassa na obra abriria a possibilidade de reutilização do material no caso de uma possível mudança no futuro. Assim a estabilidade da estrutura foi estabelecida através do aumento da espessura das paredes, transformado-as em muralhas de blocos aparelhados. À partir desse fato, as relações entre altura, peso e superfície de contato dos empilhamentos foram exploradas tanto no projeto como nos protótipos no canteiro da obra

Madeira - Executado

Micasa Volume C
São Paulo, SP
Ano do Projeto: 2015
Ano de Conclusão: 2018
Área construída: 230 m²
Autor: Marcio Kogan

© Fernando Guerra. ImageVencedor da categoria Madeira - Executado: Micasa Volume C / Studio MK27

A Micasa volume C completa o programa da loja de móveis da cidade de São Paulo. O complexo é também composto pela loja original , o volume A e pelo anexo, o volume B. Esse conjunto permite diversos usos como por exemplo loja, espaço expositivo, residência temporária para artistas convidados. O volume C adotou um sistema estrutural de madeira que sustenta a pele do fechamento e cria um intervalo entre o plano da fachada e os pilares. Essa distância reforça a leitura do ritmo e dos encaixes do material. Contrapondo-se à retidão da estrutura metálica do volume A e ao brutalismo do concreto do volume B, o volume C flutua no chão delicadamente como uma lanterna japonesa. Durante o dia as sombras das árvores são projetadas na fachada, trazendo o movimento poético da luz e da natureza ao espaço interno.

Madeira - Projeto

Sede Administrativa - MUCJÌ
PERUÍBE, JURÉIA, SP
ANO PROJETO: 2016
ANO DE CONCLUSÃO: 2018
Autores: Tiago Oakley, Luiz Florence, André Sant’Anna da Silva, Gabriel Manzi, Ivo Magaldi, Lucas Girard, Luís Pompeo, Moreno Zaidan Garcia

Perspectiva LOOS Digital via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Madeira - Projeto: Sede administrativa Mucji / Tiago Oakley, Luiz Florence, André Sant’Anna da Silva, Gabriel Manzi, Ivo Magaldi, Lucas Girard, Luís Pompeo, Moreno Zaidan Garcia

O projeto desse complexo de edifícios está inserido na recuperação sócio ambiental e na melhoria da infraestrutura e capacidade de gestão dos parques e unidades de conservação e uso sustentável, por isso foi formulado para gerar menor impacto ambiental possível. A dificuldade de acesso, a ausência de água potável, esgoto e rede elétrica foram fatores determinantes no processo de construção e operação desses edifícios. O uso de materiais leves, duráveis e de produção industrial, possibilita uma obra seca e rápida compensando a dificuldade de entrada nos terrenos. A madeira laminada foi um dos materiais escolhidos para as estruturas, já que como um material leve, industrializado e de origem renovável, alivia o peso sobre as fundações. As telhas são termoacústicas e os assoalhos de painel wall.  Priorizou-se o uso de painéis fotovoltaicos para alcançar a autossuficiência elétrica. Além dos usos administrativos, o projeto prevê uma área técnica na cobertura, na altura da copa das árvores, para receber atividades diversas. As construções se apresentam como ponto de encontro e reflexão para as comunidades que habitam historicamente as reservas.

Ativismo Urbano

Brincadeiras no Quarteirão
Autor: Juliana di Cesare Marques Awad
Colaborador: Maria de Fátima Aranha Totti

Cortesia de IAB-SP

Arquitetura Efêmera - Executado

Calçada de todas as cores
São Paulo, SP, 2018
Autores: Guilherme Ortenblad, Lao Napolitano
Colaboradores: Rosa Clara Alves, Bruno Spinardi, Kathleen Chiang, Karin Kussaba, Pedro Borba, Ticiane Alencar, Gabriel Tunes, Michaela de Araujo 

A Calçada de Todas as Cores buscou dar o protagonismo do projeto ao pedestre, e a escala do corpo humano foi o parâmetro de desenho. Foi desenvolvida para a calçada da Casa Cor com com conceitos como drenagem, arborização, acessibilidade e caminhabilidade em mento, de modo a criar um lugar de permanência e ocupação. O piso drenante e os jardins de chuva foram pensados para devolver a permeabilidade à calçada. A sinalização tátil e o piso nivelado fazem o trajeto da calçada agradável e adequado para todo o tipo de deslocamento. A arquibancada, mobiliário que permite sentar em alturas com pontos de vista diferentes, promove um ponto de encontro e debate, atuando também como referência visual. Toda a estrutura foi feita com vigas de pinus autoclavado (madeira proveniente de reflorestamento), apropriado para uso externo.

Arquitetura Efêmera - Projeto

Pavilhão Mextrópoli 2018
Cidade do México, México, 2018
Autores: Thiago Benucci e Vitor Pissaia
Colaboradores: Camila Farah e Guilherme Paschoal

© Thiago Benucci e Vitor Pissaia via IAB-SP. ImageVencedor da actegoria Arquitetura Efêmera - Projeto: Pavilhão Mextrópoli 2018 / Thiago Benucci e Vitor Pissaia

Em 2017 o México foi atingido por uma série de terremotos, com mais de 300 mortos, além das pessoas que sofreram com a destruição de suas casas e com o colapso dos sistemas de infraestrutura. Após a tragédia, foi anunciado um concurso para um pavilhão com o intuito de criar um monumento temporário às vítimas. O monumento deveria ser instalado no festival internacional Mextrópoli, que acontece anualmente na Cidade do México e reúne cerca de 50 mil pessoas interessadas em discutir a cidade. O programa era o de um espaço coberto para pequenas palestras, fácil de montar e desmontar. O partido proposto originou-se da condição da instabilidade do território, não só do ponto de vista tectônico, mas também político. Ao invés de fixar o objeto no chão, sua fundação foi estabelecida no ar, através da ancoragem de sua estrutura em um balão de hélio com quatro metros de diâmetro a 30 metros do chão. Memória do quadro A Flecha de Zenón, de René Magritte, das esculturas de Alexander Calder e dos ensaios estruturais de Antoni Gaudí, o espaço habitável do pavilhão se mantém pela tensão entre seu apoio, que se movimenta contra a gravidade, e as pedras que o impedem de levantar voo, mas não são capazes de imobilizá-lo por completo. 

Arquitetura de Interiores - Executado

Espaço Núcleo Pulso
SÃO PAULO, SP, 2016
Autores: Luiz Florence, André Sant’Anna da Silva, Gabriel Manzi, Ivo Magaldi, Lucas Girard, Luís Pompeo, Moreno Zaidan Garcia, Tiago Oakley 

23 Sul via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Arquitetura de Interiores - Executado: Espaço Núcleo Pulso / Luiz Florence, André Sant’Anna da Silva, Gabriel Manzi, Ivo Magaldi, Lucas Girard, Luís Pompeo, Moreno Zaidan Garcia, Tiago Oakley

O Núcleo Pulso está situado no ultimo andar de um prédio comercial no centro da cidade de São Paulo, e tem como principal objetivo abrigar práticas ligadas à dança e atividades corporais, assim como cursos e apresentações. A madeira e sua paleta de opções foi escolhida como principal material, na busca de uma espacialidade mais aconchegante, misturada com os elementos coloridos do piso e o mobiliário. Como destaque temos o forro da sala de dança, uma estrutura tridimensional em madeira, utilizada como apoio para elementos cenográficos e de iluminação.

Desenho Urbano e Arquitetura da Paisagem - Executado

Sistema de Parques Lineares do Rio Piracicaba e Novo Parque Renato Wagner
Piracicaba, SP, 2016
Autores:Carlos Leite e Fabiana Stuchi (Stuchi & Leite Projetos)
Colaboradores:Aquitetos: Danilo Bocchini, Thayse Portugal, FranciscoCostardi, Daniela Melo, Eric Senedese.

Carlos Leite e Fabiana Stuchi (Stuchi & Leite Projetos) via IAB-sp. ImageVencedor da categoria Desenho Urbano e Arquitetura da Paisagem - Executado: Sistema de Parques Lineares do Rio Piracicaba e Novo Parque Renato Wagner / Carlos Leite e Fabiana Stuchi (Stuchi & Leite Projetos)

Piracicaba consolidou ao longo dos anos uma relação cidade-águas diferente no panorama das cidades brasileiras, estabelecendo um vínculo mais estreito com seu rio. Essa relação foi fortalecidade desde o início do século 20 com a criação de diversos parques em suas margens. O plano diretor da ocupação das margens do rio buscou integrar os seis  parques, implantados em diferentes épocas, e seus elementos de continuidade: sistemas de águas, percursos de pedestres e cicloviários, áreas verdes, equipamentos, comunicação, acessibilidade e transporte público. E, para o novo parque Linear Renato Wagner, se propôs a inserção de decks flutuantes em contato direto com as águas, área de recreação infantil com topografia lúdica, e passeio e ciclovia em meio à mata. O plano também teve, na reconfiguração da avenida Renato Wagner, a modelagem de instrumentos urbanísticos para implantação de empreendimentos com fruição e fachada ativa, substituindo os altos muros existentes.

Desenho Urbano e Arquitetura da Paisagem - Projeto

Parque do Cocó
Fortaleza, Ceará, 2017
Autores: Base Urbana, COTA760 Arquitetura e Desenho Urbano
Equipe Base Urbana: Marina Grinover, Catherine Otondo, Luisa Fecchio, Rafael Andrade, Maria Gabriela R. Nascimento, Eduardo Radomysler

via IAB-SP. ImageVencedor da actegoria Desenho Urbano e Arquitera da Paisagem - Projeto: Parque de Cocó / Base Urbana, COTA760 Arquiteturtua e Desenho Urbano

O projeto executado nesse extenso parque estadual recentemente delimitado nas margens do rio Cocó, no interior da zona urbana de Fortaleza, foi escolhido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará por meio de concurso organizado pelo IAB-CE. Seu desenho foi pensado para criar novas possibilidades de relacionamento da sociedade com o parque, a partir do reconhecimento de seus pontos de fragilidade e ruptura. Ao estabelecer essa integração entre processos urbanos e ambientais, novas estratégias de ocupação e programas de desenvolvimento econômico sustentável foram criados. A água foi tomada como elemento central na costura territorial entre o parque e seu uso, mas também como possibilidade de resposta à precariedade da infraestrutura urbana de mobilidade, drenagem e esgoto. Pela água criaram-se novos caminhos de lazer e transporte, e a água escoada ao longo dos sistemas de transporte e coleta serão tratadas antes do lançamento no rio.

A articulação dessas estratégias definiu uma divisão do parque em quatro núcleos, cada uma com desenho aderente à realidade ambiental e especificidades do entorno. No núcleo Esporte, foi instalada uma escola de esportes náuticos, quadras poliesportivas, pistas de skate e ruas para esportes e caminhadas. A área Memória valorizou, a partir da readequação de equipamentos existentes, o histórico de criação do parque, a memória das culturas locais e as ações pela preservação da natureza no entorno do rio Cocó. No núcleo Laboratório da Natureza foram constituídas áreas de pesquisa e observação e um núcleo de gestão das ações de recuperação ambiental. E a área Beira-Mar teve redesenho do encontro rio e mar, onde se restabeleceu uma relação de mirante, complementado com a criação de um Museu do Mangue e de infraestrutura turística sustentável.

Estudantes - Desenho Urbano - Projeto

Além da Transposição - Estudo e Intervenção na Brasilândia
Autores: Bianca Bonachela de Oliveira, Caroline Viana de Souza, Luis Henrique Scavassa, Rafael Letizio Sedeño Pinto, Vinicio Diani e Yêdda Magalhães Figueredo.
Instituição de Ensino: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
Orientadores: Profª. Drª. Catharina Pinheiro Cordeiro dos Santos Lima e Profª. Drª. Karina Leitão Oliveira.

via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Estudantes - Desenho Urbano - Projeto: Além da Transposição - Estudo e Intervenção na Brasilândia / Bianca Bonachela de Oliveira, Caroline Viana de Souza, Luis Henrique Scavassa, Rafael Letizio Sedeño Pinto, Vinicio Diani e Yêdda Magalhães Figueredo.

A proposta de desenho urbano para o Jardim Damasceno procurou qualificar sob os pontos de vista técnico e paisagístico uma das escadarias existentes no bairro, costurado por uma rede de paisagens fragmentadas, com topografia de difícil transposição. Lá, as escadarias são cruciais para o deslocamento do pedestre e se tornam cenários dos encontros cotidianos e atalhos para o deslocamento diário, conectando os diferentes níveis do tecido urbano. A escadaria escolhida para reformulação foi indicada pelos moradores. Ela conecta a porção mais alta do bairro com sua principal via de saída, por onde se acessam rotas de ônibus e o Parque Linear do Canivete. Identificou-se a necessidade da desapropriação de três casas para adequar a escada à norma de acessibilidade, para propor um funicular e para alcançar permeabilidade visual necessária à sensação de segurança. Também foi proposta, em uma parcela desocupada do terreno, a criação de um pequeno conjunto habitacional, atribuindo caráter de rua à infraestrutura e atenuando a problemática da realocação das famílias ali residentes. O funicular acessa o patamar intermediário, promovendo o usufruto da praça, do equipamento institucional e do conjunto de edificações sugeridas no projeto, proposto em fases para facilitar a adaptação das famílias do entorno.

Planejamento Urbano - Executado

Setor Habitacional Pôr-do-Sol – Braília - DF

Autores: Emerson Vidigal, Eron Costin, Fabio Henrique Faria, João Gabriel Rosa e Martin Kaufer Goic.
Colaboradores: Daniela Moro, Gabriel Tomich e Matheus Fernandes.

via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Planejamento Urbano - Executado: Setor habitacional Pôr-do-sol - Brasília - DF / Emerson Vidigal, Eron Costin, Fabio Henrique Faria, João Gabriel Rosa e Martin Kaufer Goic.

Da leitura do contexto do entorno da área destinada ao projeto vencedor do Concurso Nacional de Projetos para o Setor habitacional Pôr do Sol, em Ceilândia ‒ monotonia da paisagem, carência de referenciais urbanos, baixa qualidade das edificações, espaços livres das ruas aprisionados pela continuidade de muros e grades propõe-se buscar uma identidade própria para o novo bairro e a construção da ideia de lugar dentro da geografia da cidade, criar espaços livres públicos que reforcem a identificação e diferenciação do bairro e interpretar a continuidade do sistema viário da cidade e do traçado do interceptor de esgoto como oportunidades de projeto. Dessas diretrizes decorrem as estratégias de projeto: 1. Uma rua central de pedestres como elemento de identificação e diferenciação, mas também estruturador do partido da intervenção, gerando conexões entre os espaços livres e os lotes de uso misto contíguos. 2. Proposição de ruas transversais à via peatonal que conectem o novo setor aos bairros situados à nordeste, com usos mistos com preferência para térreos comerciais. 3. Implantação de um parque que faça a transição entre a frente urbana criada pelo novo bairro e a ARIE JK, criando oportunidades de lazer, mas também reduzindo o risco de ocupações irregulares na divisa da área de preservação ambiental. 4. Adoção de um modelo de quadra que promova a existência de áreas de lazer e brincadeiras infantis no espaço público central a um grupo de blocos. 5. Distribuição de equipamentos e instituições públicas em posições estratégicas próximas ao transporte coletivo e em distâncias confortáveis a pé para dos moradores. Os edifícios destinados à habitação foram pensados para gerar diversidade na paisagem. Com variação de escalas e números de pavimentos promove diferentes leituras do conjunto a partir dos espaços públicos. Essa variação também organiza as hierarquias das vias e dos espaços de convívio. Outro aspecto importante na diversificação são os usos mistos, especialmente no térreo, com comércio, lazer, convívio e habitação no sistema viário principal. A ideia é potencializar fachadas ativas para a via pública, incrementando a vitalidade urbana através da relação espaço público-privado, interior-exterior.

Planejamento Urbano - Projeto

Plano Diretor Espacializado de Mogi das Cruzes – SP
Autores: Carlos Leite, Cláudio Rodrigues e Renata Harada).
Colaboradores: Fabiana Stuchi, Danilo Bocchini, Marlon Longo, Tales Ferretti. Fernanda Moreira, Giovanna Cassavia (Estagiárias). Jose Apparecido Jr. (Consultor legislação urbana), Sander Rezende; Adriana Silveira; Adriana Takao; Wellington Nunes. 

via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Planejamento Urbano - Projeto: Plano Diretor espacializado de Mogi das Cruzes - SP / Carlos Leite, Cláudio Rodrigues e Renata Harada)

O Plano Diretor Espacializado da Cidade de Mogi das Cruzes busca uma cidade conectada, igualitária, compacta, qualificada, sustentável e inovadora. Para chegar à Cidade Conectada e Igualitária, busca a conectividade urbana em escala local em suas múltiplas dimensões, para facilitar os movimentos entre os bairros e garantir o acesso igualitário a equipamentos e serviços. Também procurar estreitar os vínculos em escala metropolitana. A Cidade Compacta e Qualificada será obtida com a valorização e qualificação urbana das diversas centralidades consolidadas e incipientes, reduzindo os movimentos pendulares intraurbanos, com ampliação da mobilidade e acessibilidade promovidos pelo transporte público. O plano também propõe conter a expansão da área urbanizada, evitando os desequilíbrios provocados pela fragmentação do tecido urbano e os problemas ambientais decorrentes do avanço sobre as áreas de interesse ambiental. Para atingir a Cidade Sustentável e Inovadora, o plano valoriza o patrimônio ambiental e cultural do município, com especial atenção para as áreas de preservação e o amplo território rural, afirmando assim a atratividade do município por meio da diversificação da sua economia, incentivando atividades como a indústria criativa, a agricultura familiar, o turismo ecológico, o potencial de comércio e serviços.

Projeto de Readequação do Pateo do Collegio
Centro, São Paulo, SP, 2016
Autor: Pedro Mendes da Rocha
Colaboradores: Heloisa Maringoni (engenharia), Raul Pereira (paisagismo), Ana Helena (produção)

via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Planejamento Urbano - Projeto: Projeto de Readequação do Pateo de Colégio / Pedro Mendes da Rocha

Nesse projeto de readequação, uma garagem subterrânea retira os carros que estacionam hoje no Pateo. A recuperação e ressignificação da paisagem da colina como monumento também foi pensada. A proposta foi dotar a encosta de um grande conjunto de árvores de copas altas que demarcam a presença daquele acontecimento na paisagem da cidade e enfatizam a interligação visual entre colina e vale, ensejando a integração entre a “cidade alta” e “cidade baixa”. Um acesso ao estacionamento foi proposto pela viela que separa os dois palacetes da Secretaria da Justiça. O primeiro trecho em subsolo, logo abaixo ao Pateo, foi reservado para atividades de caráter público, aproveitando a possibilidade de criar uma pequena fresta de janela para o vale. Nesse andar, foram alocados um auditório, salas de convenção, um restaurante popular e um centro de referência dos jesuítas. Um único elemento construído de caráter marcante e contemporâneo é proposto: um novo pavilhão de aço e vidro temperado que envolve e protege, por meio de climatização, o fragmento de parede histórica de taipa. Esse pavilhão cria uma cafeteria que se estende para as áreas pavimentadas e descobertas do Pateo. Para a reconfiguração do claustro, com caráter contemporâneo, foram imaginados elementos móveis ‒painéis cegos em chapa metálica branca que permitem a conversão do claustro em espaço recluso para as atividades de meditação, mas passível de abertura.

Restauro e Requalificação - Executado

Cais do Sertão
RECIFE, PE, 2018
Autores: Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz
Co-Autores: Pedro Del Guerra, Cícero Ferraz Cruz e Luciana Dornellas

Vencedor da categoria Restauro e Requalificação - Executado: Cais do Sertão / Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz. Image

Em consonância com a proposta urbanística do Estado e do Município de manter os antigos galpões do porto dando-lhes novas funções, o projeto arquitetônico foi desenvolvido com o aproveitamento de um deles e com a criação de um novo edifício conectado ao galpão, reforçando a estrutura longilínea de construções do antigo Porto do Recife, situado à beira do mar na ilha onde nasceu a cidade. Pela importância de sua localização o conjunto do museu cria um novo marco urbano na paisagem do Recife, além de funcionar como agente de requalificação urbanística do centro histórico, reforçando os laços da cidade com suas águas – canais, rios e mar. E, neste caso específico do museu, traz o sertão nordestino para a beira-mar da metrópole. Apresenta um tributo a Luiz Gonzaga e o universo do sertão em suas múltiplas vertentes formadoras de um modo de ser brasileiro. A fusão entre arquitetura e museografia cria uma unidade a partir do tema sertão. O concreto pigmentado amarelo ocre representa a cor quente do solo do agreste. Com uma estrutura de concreto protendido, projetou-se um grande vão de aproximadamente 65 metros, criando uma grande praça coberta. O mais simbólico elemento da arquitetura é o cobogó gigante, criado especialmente para o projeto para amenizar a relação dos espaços externos e internos. Executado em concreto geopolimérico, funciona como uma grande renda branca sobre o concreto estrutural amarelo e foi adotado como logomarca do museu.

Publicação de Arquitetura

Revista Cadernos de Pesquisa da Escola da Cidade (Número 6, out. 2018)
Escola da Cidade
Autora: Marianna Boghosian Al Assal (ed.)

via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Publicação de Arquitetura: REVISTA CADERNOS DE PESQUISA DA ESCOLA DA CIDADE (NÚMERO 6, OUT.2018) / Marianna Boghosian Al Assal (ed.)

A Revista Cadernos de Pesquisa da Escola da Cidade é uma publicação periódica criada com o objetivo de divulgar e tornar públicas as ações de Iniciação Científica desenvolvidas pela Escola da Cidade. Busca qualificar e fomentar as pesquisas desenvolvidas na escola, bem como chamar ao diálogo pesquisadores de outras instituições. O sexto número da revista foi lançado em um cenário político tensionado que só os desdobramentos futuros terão a capacidade de nos dizer a importância histórica e reais sentidos. A atividade intelectual franca e aberta para a discussão e para as diferenças passa a ser algo fundamental e todos os espaços de debate (menores ou maiores, estritamente políticos ou não) devem ser festejados. A revista é composta por quatro artigos e quatro ensaios de temas variados que abordam múltiplas facetas da arquitetura. Esses textos, alguns com maior apelo gráfico, passam por temas como: a história e memória social do imóvel em São Paulo; outras leituras sobre a história da cidade do Rio de Janeiro; análises de cidades a partir de processos de apagamento; experimentações abstratas de construção de território através de um jogo; estudos na obra de Peter Zumthor; diálogos sobre a Piscina das Marés de Álvaro Siza; reflexões conceituais e aplicadas sobre a representação do corte no desenho arquitetônico e a aproximação às avessas sobre as relações entre materialidade tectônica e estratégias de representação utilizadas no campo da arquitetura; além de contar aindacom uma seção dedicada à X Jornada de Iniciação Científica da Escola da Cidade.

O Edifício da FAUUSP de Vilanova Artigas
ESCOLA DA CIDADE
Autor: Antonio Carlos Barossi.

via IAB-SP. ImageVencedor da categoria Publicação de Arquitetura: O EDIFÍCIO DA FAUUSP DE VILANOVA ARTIGAS - Escola da Cidade / Antonio Carlos Barossi

O arquiteto e professor Antonio Carlos Barossi, estudioso e apaixonado pelo edifício da FAU-USP, agregou para essa publicação diversos autores especializados, além de organizar a produção dos desenhos, coordenada pelo arquiteto Guilherme Pianca Moreno, com participação de estudantes da Escola da Cidade e da FAU-USP. Nas palavras do organizador: “Uma das propriedades pretendidas para o livro foi expressar em si mesmo, como método e essência, uma das características primordiais do próprio edifício, que é propiciar a convergência das relações humanas, atribuindo caráter coletivo ao trabalho realizado em seu espaço”. O livro se estrutura em três partes. A primeira, “Arquitetura e construção”, traz informações e desenhos sobre o edifício e sua construção. Os desenhos foram feitos a partir dos originais, fotos de época e conferência no local que representam um levantamento inédito do projeto tal como foi construído e inaugurado, sem contemplar as intervenções posteriores. Na segunda parte, “Arquiteto e contexto”, os textos se dividem nos temas “Homem”, “Lugar” e “História”, contextualizando a trajetória de Artigas, a Cidade Universitária e o período histórico em que foi construída, atravessado pelo Regime Militar. A terceira parte, “Presente e futuro”, aponta para os desdobramentos desta obra singular como uma escola, traz textos sobre as intervenções que ocorreram ao longo do tempo e sobre suas demandas para o futuro, bem como reflexões sobre a gestão do patrimônio que o edifício representa.

Fotografia de Arquitetura e Cidade

Fotógrafo Manuel Sá

Pelo conjunto das obras inscritas: PRAÇA DAS ARTES, IBIRAPUERA, CASA DO CARNAVAL, SESC POMPÉIA, APARTAMENTO NO EIFFEL E CASA QP

© Manuel Sá . ImageVencedor da categoria Fotografia de Arquitetura e Cidade: Fotógrafo Manuel Sá
Sobre este autor
Cita: Eduardo Souza. "Conheça os vencedores do Prêmio IABSP 2018" 07 Dez 2018. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/907303/conheca-os-vencedores-do-premio-iabsp-2018> ISSN 0719-8906

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